Produção de soja avança no Tocantins, mas clima e comercialização geram preocupações

A safra de soja no Tocantins avança para a reta final, com previsão de colheita entre 5,1 e 5,2 milhões de toneladas, segundo estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Apesar do déficit hídrico registrado em dezembro de 2024, a produtividade permanece entre 57 e 59 sacas por hectare. No entanto, produtores estão atentos aos impactos das chuvas na colheita e à volatilidade do mercado, que afetam diretamente a rentabilidade.

Desafios climáticos e fitossanitários

Para Tiago Facco, vice-presidente da Aprosoja Tocantins, o clima tem sido um fator determinante nesta safra. “Desde o início de 2024, o tempo tem colaborado, mas agora nossa maior preocupação são as chuvas previstas para fevereiro, que podem dificultar o andamento da colheita”, alerta.

Além das condições climáticas, os produtores enfrentam desafios fitossanitários. A mosca branca tem causado transtornos em várias áreas, enquanto doenças de final de ciclo, favorecidas pela umidade, ameaçam a qualidade dos grãos. “Estamos atentos para minimizar os impactos dessas pragas e doenças”, acrescenta Facco.

Comercialização e desafios logísticos

A comercialização da safra também é motivo de preocupação. Os preços da soja no Tocantins estão abaixo da média nacional, devido à defasagem nos prêmios do Arco Norte. Além disso, propostas de novas taxações sobre exportações no Maranhão e no Pará estão gerando incertezas.

“Muitas tradings já incorporaram esses custos aos preços, reduzindo ainda mais a margem de lucro do produtor. Esse imposto é abusivo e compromete a rentabilidade do setor”, critica Facco, destacando o impacto das políticas fiscais na competitividade da produção regional.

Impacto na segunda safra

O atraso na colheita da soja pode influenciar o calendário da segunda safra, especialmente o plantio do milho, cuja janela ideal começa em fevereiro. Apesar disso, Facco minimiza o impacto: “O atraso estimado é de cinco a sete dias, o que pode postergar um pouco o plantio, mas sem grandes consequências para o ciclo do milho.”

Tecnologia como aliada da produtividade

Diante dos desafios climáticos e de mercado, o investimento em tecnologia agrícola se mostra fundamental para manter a produtividade. Empresas como a GrandTec, concessionária da Case IH no Tocantins, desempenham um papel estratégico ao oferecer soluções em mecanização e suporte técnico especializado.

Adoniran Menegas, diretor comercial da GrandTec, reforça o compromisso da empresa com o setor: “Estamos ao lado do produtor, oferecendo equipamentos modernos e suporte técnico para maximizar a produção, mesmo em cenários desafiadores. A tecnologia é uma aliada fundamental para garantir eficiência e sustentabilidade no campo.”

Perspectivas para o agronegócio tocantinense

Com o avanço da colheita e o planejamento da segunda safra, o agronegócio no Tocantins segue atento às condições climáticas e às decisões do mercado. A adoção de soluções tecnológicas e a mobilização do setor agropecuário serão essenciais para garantir a segurança, eficiência e rentabilidade da produção de soja no estado.